Aniversário de Fortaleza: Como a história da cidade e das Polícias do Ceará se cruzam

10 de abril de 2022 - 12:00

Texto publicado em 13 de abril de 2021 no site da sspds

Fonte: SSPDS

 

Histórias que caminham lado a lado. Assim podem ser descritos o nascimento e os passos dados pelas instituições que fazem parte da segurança pública cearense e a história de Fortaleza. Neste dia 13 de abril, data em que a cidade completa 296 anos (correção do texto original com o tempo atual), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) conta um pouco da raiz histórica que cruzou os caminhos das forças de segurança pública e da Capital cearense. Em paralelo ao surgimento de ações de policiamento, preservação da ordem e a apuração de infrações penais, a então vila de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, que se elevou à categoria de cidade no século XIX, avançava em períodos de desenvolvimento urbano.

A cidade traz em seu nome o sinônimo de força e proteção em razão da povoação que ocorreu em torno do Forte de Nossa Senhora de Assunção, onde atualmente se encontra a sede da 10ª Região Militar. Entre as edificações históricas existentes aqui, muitas delas foram ou ainda são sedes de instituições de segurança pública. Um dos pesquisadores sobre essa relação entre a cidade do escritor José de Alencar e a PMCE é o coronel Marcos Aurélio, que lançou livros como o intitulado “Quartel General da Polícia Militar do Ceará de 1834 a 2019 – A história que não te contaram”. No material ele apresenta o local onde a primeira sede própria do Corpo Policial, na antiga Rua Pitombeira, atualmente Rua Floriano Peixoto, no Centro da Capital. O fato que integra a história de Fortaleza ocorreu em 1847, onde existe hoje a Praça do Ferreira, ponto que atualmente é conhecido como o “coração” da Capital cearense.

De lá pra cá, a sede central esteve em outros locais como a Praça José de Alencar e onde atualmente se encontra a sede do 5º° Batalhão da PMCE, todos no Centro. Até que na década de 1970, o Quartel do Comando Geral (QCG) mudou-se para a sede atual, situada na Avenida Aguanambi, no bairro de Fátima. Para Aurélio, além de prédios históricos, o espírito do fortalezense deu uma identidade à cidade e até à própria instituição. O oficial usa uma frase do hino que traduz essa visão.

“O fortalezense era um militar sem farda. Com o passar do tempo, esses fortalezenses passaram a pertencer a instituições militarizadas. Como por exemplo, nós tivemos as ordenanças, os terços, as milícias, que posteriormente foram extintas e veio a Guarda Nacional que também trabalhava em prol da segurança pública até ser criada, em 1834, a Polícia Militar do Ceará. Naquele mesmo ano, José Martiniano de Alencar assume a presidência da província e formaliza no ano de 1835, por meio da lei provincial número 13, a criação da PMCE. O que queremos dizer é que Fortaleza é um forte em que seus cidadãos são habilitados para a defesa da sociedade. A Polícia Militar foi e ainda é essencialmente composta por fortalezenses, essa raça de fortes, povo de bravos, como o nosso hino diz”, disse.

Com o crescimento do Estado do Ceará e da cidade de Fortaleza, somados ao avanço da sociedade local, a Polícia Militar adaptou-se aos novos tempos, mantendo sua missão de servir e proteger os cidadãos dessa terra. “Nós somos parte dessa história”, finaliza o coronel Aurélio.

Mantendo as memórias vivas

Outro servidor que se dedica à história de sua instituição e consequentemente ajuda a preservar as memórias da cidade é o inspetor aposentado da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Clemilton da Silva Melo. Ele é autor de obras como “Resumo Histórico da Polícia Civil do Ceará”, “A Praça dos Voluntários”, “O Palácio da Polícia Civil”, “Chefatura de Polícia do Ceará 1, 2 e 3” e “História do Sinpoci”.

Em suas obras, ele fala sobre a criação e evolução cronológica do trabalho de polícia judiciária, bem como aborda sobre as primeiras sedes da Polícia Civil em Fortaleza. Como é o caso da Chefatura de Polícia do Ceará, primeira repartição que controlou os serviços de Polícia Civil, inaugurado no dia 31 de janeiro de 1842. No prédio, onde também funcionava a Câmara Municipal, servia ainda como cadeia pública e fórum. O “coração” da Capital cearense também era o endereço do edifício.

Mas um dos mais icônicos projetos arquitetônicos do Centro de Fortaleza, onde atualmente funciona a sede da instituição, está situado na Rua do Rosário. O “Palácio da Polícia Central”, como era conhecido, foi inaugurado em 1942. Naquela época, a população encontrava na repartição serviços referentes à polícia judiciária, ao sistema penitenciário, inspetoria de trânsito, entre outros.

Trinta e oito anos depois, o prédio passou por uma reforma que o deixou como os fortalezenses o conhecem hoje, quando mais um andar foi construído. Em 1997, a construção passou a servir como sede unicamente da Superintendência da Polícia Civil, onde hoje abriga a cúpula gestora da instituição. Clemilton reforça que pesquisar e escrever sobre a história da PCCE ajuda a manter as memórias de Fortaleza. “Escrever sobre o assunto preserva a história da Capital, porque a história da Polícia Civil abrange todo o contexto histórico”, finaliza.